sábado, 20 de junho de 2015

Hepatite A

O vírus da Hepatite A (HAV), descoberto em 1973, é um pequeno picornavirus, não envelopado, de RNA de fita positiva, que ocupa seu próprio gênero, Hepatovirus. Ultraestruturalmente o HAV é um capsídeo icosaédrico de 27nm de diâmetros. O receptor para o HAV é o HAV cr-1, uma glicoproteína com 451 aminoácidos.
O período de incubação do HAV é de 3 a 6 semana, não causa hepatite crônica ou um estado de portador e apenas raramente causa hepatite fulminante (um quadro que se caracteriza pela necrose maciça e morte das células hepáticas nas primeiras seis a oito semanas da infecção), por isso a taxa de fatalidade associado é aproximadamente 0,1%. O HAV ocorre no mundo todo e é endêmico em países onde a higiene e o saneamento estão abaixo dos padrões, nos quais as populações podem apresentar anticorpos detectáveis contra o HAV aos 10 anos de idade. A doença clinica tende a ser leve ou assintomática e é raramente após a infância.
 O HAV transmitido por via oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável, ou através de alimentos (especialmente os frutos do mar) ou da água contaminada. Durante o período de incubação, a pessoa infectada já é capaz de transmitir o vírus. Apenas uma minoria apresenta os sintomas clássicos da infecção: febre, dores musculares, cansaço, mal-estar, inapetência, náuseas e vômito. Icterícia, fezes amarelo-esbranquiçadas e urina com cor semelhante à da coca-cola são outros sinais possíveis da enfermidade. Entretanto, muitas vezes, os sintomas são tão vagos que podem ser confundidos com os de uma virose qualquer.
Não existe tratamento especifico contra a HAV, Pessoas que vivem no mesmo domicílio que o paciente infectado ou que estão em más condições de saúde podem receber imunoglobulina policlonal para protegê-las contra a infecção. É absolutamente fundamental que o consumo de álcool seja abolido até pelo menos três meses depois que as enzimas hepáticas voltaram ao normal.
Há duas vacinas contra a HAV. Uma deve ser aplicada em duas doses com intervalo de seis meses; a outra, em três doses distribuídas também nesses seis meses. A vacina contra a HAV não faz parte do Programa Oficial de Vacinação oferecido pelo Ministério da Saúde, mas deve ser administrada a partir do primeiro ano de vida, porque sua eficácia é menor abaixo dessa faixa etária.

KUMAR V.,  ABBAS A.K., FAUSTO N. Robbins & Cotran patologia: bases patológicas das doenças. 7. ed. Elsevier, 2005.

Hepatite A – Dr Drauzeo Varella  <http://drauziovarella.com.br/crianca-2/hepatite-a/>

3 comentários:

  1. A resistência do vírus da hepatite A no ambiente é relativamente alta. Alguns estudos demonstraram a capacidade infectante do VHA em água e solos, contaminados experimentalmente, após 3 meses a 25°C, em superfícies inertes até 1 mês a 25°C e em biscoitos após 30 dias a 21°C. Apresenta certa estabilidade a temperatura: permanece viável até 1 hora em temperatura entre 37° e 60°C e por vários anos -70°C. É inativado pela fervura a 100°C por 1 minuto. (http://hygeia.fsp.usp.br/hep5728/teses/Tesei_Claudia.pdf)

    Acho interessante como esse virus é "forte", meu povo. Tudo isso pra tentar acabar com um viruzinho :o

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  2. GRUPO
    Boa noite!
    A falta de saneamento básico em algumas localidades ainda é a principal causa para a infecção por HAV, ou seja um problema multifatorial que deve ser enfrentado em diversas frentes para diminuir os casos, como foi dito pela vacinação e educação ambiental. Bioquimicamente falando, o HAV ataca os hepatócitos, provocando lise e o consequente aumento da concentração de enzimas hepáticas na circulação sanguínea, e essa concentração elevada de enzimas acaba por ser utilizada no diagnóstico da inflamação hepática. Já a confirmação da causa viral se dá pela avaliação de anticorpos anti-HAV no sangue. Até a próxima !
    REFERÊNCIAS
    http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/hepatite-virus-atacam-celulas-do-figado.htm

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  3. Grupo H
    Sobre a vacina para Hepatite A, ela entrou no calendário nacional de vacinação no ano passado (2014), juntamente com a dTpa e HPV. A introdução desta vacina foi possível mediante política adotada pelo governo brasileiro de fortalecer o complexo industrial da saúde, ampliando a capacidade de produção de vacinas no País. Estima-se que, com a vacina para hepatite A, ocorra uma queda de 64% dos casos ictéricos da doença e de 59% das mortes.
    Até!

    Ref.: brasil.gov.br

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