O vírus da
Hepatite A (HAV), descoberto em 1973, é um pequeno picornavirus, não
envelopado, de RNA de fita positiva, que ocupa seu próprio gênero, Hepatovirus. Ultraestruturalmente o HAV
é um capsídeo icosaédrico de 27nm de diâmetros. O receptor para o HAV é o HAV
cr-1, uma glicoproteína com 451 aminoácidos.
O período de incubação do HAV é de 3 a 6 semana, não causa hepatite crônica
ou um estado de portador e apenas raramente causa hepatite fulminante (um
quadro que se caracteriza pela necrose maciça e morte das células hepáticas nas
primeiras seis a oito semanas da infecção), por isso a taxa de fatalidade
associado é aproximadamente 0,1%. O HAV ocorre no mundo todo e é endêmico em países
onde a higiene e o saneamento estão abaixo dos padrões, nos quais as populações
podem apresentar anticorpos detectáveis contra o HAV aos 10 anos de idade. A
doença clinica tende a ser leve ou assintomática e é raramente após a infância.
O HAV transmitido
por via oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável, ou através de
alimentos (especialmente os frutos do mar) ou da água contaminada. Durante o
período de incubação, a pessoa infectada já é capaz de transmitir o vírus. Apenas
uma minoria apresenta os sintomas clássicos da infecção: febre, dores
musculares, cansaço, mal-estar, inapetência, náuseas e vômito. Icterícia, fezes
amarelo-esbranquiçadas e urina com cor semelhante à da coca-cola são outros
sinais possíveis da enfermidade. Entretanto, muitas vezes, os sintomas são tão
vagos que podem ser confundidos com os de uma virose qualquer.
Não existe
tratamento especifico contra a HAV, Pessoas que vivem no mesmo domicílio que o
paciente infectado ou que estão em más condições de saúde podem receber
imunoglobulina policlonal para protegê-las contra a infecção. É absolutamente
fundamental que o consumo de álcool seja abolido até pelo menos três meses
depois que as enzimas hepáticas voltaram ao normal.
Há duas
vacinas contra a HAV. Uma deve ser aplicada em duas doses com intervalo de seis
meses; a outra, em três doses distribuídas também nesses seis meses. A vacina
contra a HAV não faz parte do Programa Oficial de Vacinação oferecido pelo
Ministério da Saúde, mas deve ser administrada a partir do primeiro ano de
vida, porque sua eficácia é menor abaixo dessa faixa etária.
KUMAR V., ABBAS A.K., FAUSTO N. Robbins & Cotran
patologia: bases patológicas das doenças. 7. ed. Elsevier, 2005.
Hepatite A – Dr Drauzeo Varella <http://drauziovarella.com.br/crianca-2/hepatite-a/>
A resistência do vírus da hepatite A no ambiente é relativamente alta. Alguns estudos demonstraram a capacidade infectante do VHA em água e solos, contaminados experimentalmente, após 3 meses a 25°C, em superfícies inertes até 1 mês a 25°C e em biscoitos após 30 dias a 21°C. Apresenta certa estabilidade a temperatura: permanece viável até 1 hora em temperatura entre 37° e 60°C e por vários anos -70°C. É inativado pela fervura a 100°C por 1 minuto. (http://hygeia.fsp.usp.br/hep5728/teses/Tesei_Claudia.pdf)
ResponderExcluirAcho interessante como esse virus é "forte", meu povo. Tudo isso pra tentar acabar com um viruzinho :o
GRUPO
ResponderExcluirBoa noite!
A falta de saneamento básico em algumas localidades ainda é a principal causa para a infecção por HAV, ou seja um problema multifatorial que deve ser enfrentado em diversas frentes para diminuir os casos, como foi dito pela vacinação e educação ambiental. Bioquimicamente falando, o HAV ataca os hepatócitos, provocando lise e o consequente aumento da concentração de enzimas hepáticas na circulação sanguínea, e essa concentração elevada de enzimas acaba por ser utilizada no diagnóstico da inflamação hepática. Já a confirmação da causa viral se dá pela avaliação de anticorpos anti-HAV no sangue. Até a próxima !
REFERÊNCIAS
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/hepatite-virus-atacam-celulas-do-figado.htm
Grupo H
ResponderExcluirSobre a vacina para Hepatite A, ela entrou no calendário nacional de vacinação no ano passado (2014), juntamente com a dTpa e HPV. A introdução desta vacina foi possível mediante política adotada pelo governo brasileiro de fortalecer o complexo industrial da saúde, ampliando a capacidade de produção de vacinas no País. Estima-se que, com a vacina para hepatite A, ocorra uma queda de 64% dos casos ictéricos da doença e de 59% das mortes.
Até!
Ref.: brasil.gov.br